quarta-feira, 4 de junho de 2008

Conclusão.


É bom e nobre preocuparmo-nos com as pessoas que mais precisam. É preciso alguém que pense nos idosos, nas crianças pobres, nas crianças que passam fome, nas pessoas que morrem por falta de assistência médica, um direito fundamental a todo o Ser Humano. É realmente raro e preciso quem contribui para instituições de solidariedade social, para a Liga Contra o Cancro, para a União Zoófila ou para a Sociedade Protectora dos Animais. É preciso alguém que se dedique a causas, e acredite nelas. Sim. Porém, é ainda mais preciso alguém que se lembre das causas esquecidas, daqueles que erraram e pagam por isso, enquanto estão presos e, infelizmente, quando saem. É preciso, urgentemente, desfazer ideias pré-concebidas.


Foi sobre isso que se debruçou o nosso projecto, sendo o nosso objectivo final sensibilizar algumas pessoas para esta questão, uma questão tão sujeita a preconceitos. Com mais ou menos dificuldades (superadas) e com uma boa dinâmica de grupo, as etapas do nosso percurso foram orientadas em direcção à concretização desse objectivo final e, pessoalmente, eu acredito que este foi bem conseguido.

Os nossos sinceros agradecimentos a todas as pessoas que colaboraram e que nos ajudaram a tornar possível este projecto, nos acompanharam, orientaram, e sensibilizaram, fundamentalmente, a Professora Paula Bessa.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Estamos a chegar ao fim...

... e, para finalizar em grande o nosso projecto, o grupo decidiu lançar uma nova campanha, a favor das crianças da Creche e da Casa Das Mães do E.P. Tires; assim, aproveito para divulgá-la aqui, em público: pedem-se brinquedos, peluches, etc, apropriados para crianças até aos 3 anos, em bom estado. Tal como a campanha de recolha de roupas, os brinquedos devem ser deixados na Pastoral, para depois serem recolhidos pela instituição/responsáveis pelo seu destino. Aproveito também para dizer que as campanhas que o nosso grupo lançou não vão terminar com o projecto; vão, sim, continuar, sob responsabilidade da Pastoral do Colégio; assim, tanto a campanha das roupas como dos brinquedos terão a sua continuidade, mudando, no entanto, a sua "tutela" para Pastoral.

(o cartaz da campanha)

Quanto aos filhos das reclusas do E.P. Tires, o grupo já contactou com os responsáveis pelos mesmos a fim de solicitar os dados necessários à sua reintegração nos campos de férias.

Finalmente, o texto deste post acerca da visita do grupo ao E.P. Tires irá ser publicado no jornal da escola - Onda Jovem - e enviados alguns exemplares às pessoas que nos orientaram neste processo. O nosso obrigada, desde já, a todas!


Cláudia

sábado, 24 de maio de 2008

Produto Final.


A "Reportagem Final" do Agir-Reagir.


O stand Agir-Reagir.


"O Mundo visto cá de dentro".

Os cartazes que espalhámos pela escola, como divulgação.

No passado dia 21 de Maio de 2008 tiveram lugar as apresentações públicas de AP, tendo sido os grupos das diferentes turmas divididos por stands no ginásio da escola.

O nosso grupo, Agir-Reagir, montou um stand com o objectivo de dar a ideia de prisão: obscuro, frio, assustador. Lá dentro, passava a nossa ''Reportagem Final".

As apresentações correram bem e estamos bastante satisfeitos com os resultados que obtivemos.

Cláudia.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Estabelecimento Prisional de Tires.


No passado dia 19 de Maio de 2008, o grupo de AP Agir-Reagir deslocou-se até Tires, a fim de visitar o E.P. de Tires. O objectivo principal desta visita era dar a conhecer às reclusas o projecto de inserir os seus filhos em campos de férias de Verão, nomeadamente o campo Gambozinos, no âmbito da associação FIAR; mas a visita também foi uma boa experiência que nos permitiu conhecer e contactar mais de perto com a realidade sobre a qual trabalhámos durante todo o ano.

Primeiro, visitámos a creche do Estabelecimento, que se destina à ocupação dos filhos das reclusas até aos 3 anos e que, durante o dia, ficam nessa creche, e durante a noite e aos fins-de-semana ficam com as mães na ‘Casa Das Mães’.

De seguida, visitámos o Pavilhão 1 (Pavilhão das Preventivas, mulheres que aguardam julgamento), e reunimos com as mães do Pavilhão 1 e RAVI (Regime Aberto Virado para o Interior) interessadas em pôr os filhos nos campos de férias. Estas mulheres mostraram-se bastante receptivas e acessíveis (algo que surpreendeu o grupo), não só em relação ao projecto dos campos de férias, como também em relação a nós, pessoas vindas de fora.

Para terminar, visitámos a Casa das Mães, que pretende albergar as reclusas em Regime Aberto Virado para o Interior (RAVI) – onde podem ficar com os filhos durante a noite e aos fins-de-semana, têem quartos com janela e com camas para os filhos, e é-lhes concedida a confiança de ficarem com a chave do próprio quarto – e em Regime Aberto Virado para o Exterior (RAVE, o qual não visitámos) e os seus filhos, criando assim uma aproximação saudável mãe/filho(a), e criando um ambiente propício ao crescimento destas crianças, as “primeiras vítimas de um crime que não cometeram”.

O nosso grupo conseguiu aperceber-se, ainda mais, do quão importante é a Reinserção Social destas mulheres, e das oportunidades que estas têem neste Estabelecimento Prisional Feminino, um dos melhores de Portugal.

A sociedade não somos apenas nós, é também o que está lá dentro. E nós, como parte interessada da sociedade, deveríamos contribuir para dar mais oportunidades a estas pessoas, que erraram, como nós tantas vezes erraremos, em vez de as pormos de lado. E é isso a Reinserção Social.

Gostámos muito de vivenciar esta experiência, alargou o nosso horizonte de conhecimentos, foi útil à prossecução do nosso projecto; foi muito interessante o contacto que obtivemos com as pessoas, tanto com as reclusas como com as guardas e as educadoras de infância da creche.

Os nossos agradecimentos à Drª. Teresa Roque de Pinho (da associação FIAR), à Drª. Sílvia de Sousa Pinto (jurista e colaboradora da FIAR), à Drª. Ana Veríssimo (adjunta da Directora do E.P.), às funcionárias da creche, e às próprias reclusas, que nos orientaram nesta visita.



Cláudia.

domingo, 18 de maio de 2008

Igreja renova presença nas prisões.


Organizar melhor a Pastoral Prisional em Portugal e apostar no apoio jurídico aos reclusos e seus familiares foram dois pontos em destaque no Encontro Nacional dos Capelães e Visitadores dos Estabelecimentos Prisionais, realizado em Fátima nos dias 7 e 8 deste mês. Uma preocupação “forte também é organizarmos melhor a pastoral penitenciária nas nossas dioceses” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. João Gonçalves, Coordenador Nacional da Pastoral Prisional.


De modo geral, a Pastoral Social “está organizada”, mas “iremos pedir aos bispos que coloquem o capítulo da pastoral prisional nos programas pastorais”. Ela deve ser “mais desenvolvida nas paróquias e também noutras comunidades” – realçou.


A pastoral prisional não é apenas o que “se faz na prisão, mas engloba também a prevenção do crime e o acolhimento pós pena” – frisou o Pe. João Gonçalves. E acrescenta: “é fundamental tratar da inserção das pessoas e seus familiares” .


Neste encontro apelou-se também aos juristas católicos para que se organizem numa rede de voluntários que dê apoio a reclusos nas prisões, aconselhando-os na sua reinserção na sociedade. Sem colocar em causa o trabalho dos advogados oficiosos, o coordenador da Pastoral Prisional defende a criação de uma rede de apoio jurídico para os reclusos, esclarecendo as suas dúvidas e procurando encaminhá-los na sua integração social.


A Pastoral Prisional privilegia, para além da área religiosa e social, também a área jurídica. “Queremos – seguindo a sugestão de João Paulo II, na Carta sobre as Prisões, em 2000 – que os reclusos tenham mais ajuda” – disse. Por outro lado – sublinha o Pe. João Gonçalves – estes especialistas do Direito “podem ajudar na reformulação da legislação que torne o sistema penitenciário mais humano”. “É fundamental que a prisão deixe de ser apenas um tempo de penas e castigo mas que procure também ajudar na reconstituição da pessoa”.


Actualmente existem cerca de 50 estabelecimentos prisionais em Portugal. “Todos têm capelães prisionais” – afirmou. Os estabelecimentos centrais e especiais têm capelães que fazem parte do quadro, com a “sua respectiva remuneração”. Os regionais “não tem capelão nomeado, mas a legislação diz - tal como a Conferência Episcopal Portuguesa - que quem exerce essa função de capelão é o próprio pároco da área”. Para além do apoio do capelão, os reclusos recebem “apoio dos grupos de voluntários” .


Como a Concordata ainda não foi regulamentada, o que “nos rege é um decreto lei, anterior à Concordata”. “No entanto nota-se o retardar da nomeação de alguns capelães prisionais que estão previstos no quadro de pessoal”. E completa: “Os capelães e voluntários são altamente apreciados pela Direcção Geral dos Serviços Prisionais” .


A vizinha Espanha têm um caminho longo na pastoral prisional. Para ajudar os participantes neste encontro, a organização convidou o Pe. José Sesma Leon, do departamento de Pastoral Penitenciária de Espanha, para falar sobre a realidade espanhola nesta área. “Experiências para estimular o nosso apetite” – afirmou.



sexta-feira, 16 de maio de 2008

DGRS - Direcção Geral de Reinserção Social.


A Direcção-Geral de Reinserção Social (DGRS) é o serviço responsável pela definição e execução das políticas de prevenção criminal e de reinserção social de jovens e adultos, designadamente, pela promoção e execução de medidas tutelares educativas e medidas alternativas à prisão.

Foi criada pelo Dec-Lei nº 126/2007, de 27 de Abril e está sob a tutela do Secretário de Estado Adjunto e da Justiça.

Poderá conhecer qual a missão, principais atribuições, áreas de intervenção, diversas actividades, organização dos serviços e contactos da Direcção-Geral de Reinserção Social, neste site.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

FIAR - Parte II.


No seguimento do projecto inicial de ajuda aos filhos das reclusas do Estabelecimento Prisional de Tires, no passado dia 13 de Maio de 2008, o nosso grupo de Área de Projecto deslocou-se até à FIAR – Fraternidade das Instituições de Apoio a Reclusos – com o fim de conversar com a Dra. Teresa Roque de Pinho, a fim de obtermos informações acerca de como lidar com as reclusas, assim como os filhos das mesmas, aquando da visita ao Estabelecimento Prisional de Tires, a realizar-se no próximo dia 19 de Maio.

A senhora, gentilmente, indicou-nos como poderíamos lidar com estas pessoas e o que seria necessário obtermos dessas crianças para que estas pudessem entrar nos campos de férias de Verão, nomeadamente no campo Gambozinos.

Assim, ficou combinada uma reunião entre o grupo e algumas reclusas, bem como os seus respectivos filhos, a fim de apresentar o projecto à mesma, surgindo aqui o nosso grupo como elemento de ligação entre as crianças e o projecto.

Estas crianças são as “primeiras vítimas a pagar por um crime que não cometeram”; é necessário reestruturar a sua relação com a sociedade. Então, porque não ajudar?


Cláudia

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Pensamento.


São muitas as prisões que nos encarceram em padrões pré-estabelecidos, represam nossos instintos, tolhem nossa perspectiva e nos impedem de ver o que está do outro lado da montanha. Prisões são ideias feitas, preconceitos, costumes, tradições. O conformismo, a mesquinharia, a intolerância, a pequenez.


domingo, 11 de maio de 2008

Origem e evolução das prisões.


A prisão é velha como a memória do homem e continua a ser a panacéia penal a que se recorre em todo o mundo. Lê-se no Gênesis (cap. 4 XL): “dois eunucos, o copeiro do rei do Egito e o padeiro, pecaram contra seu senhor. E o Faraó, irado contra eles (porque um presidia aos copeiros, outro aos padeiros), mandou-os meter no cárcere do general do exército, no qual estava também preso José. E o guarda do cárcere entregou-os a José, que também os servia”.
A princípio, a prisão destinava-se a animais. Não se distinguia, porém, entre irracionais e racionais “inferiores”. Prendiam-se homens pelos pés, pelas mãos, pelo pescoço etc., conforme o medo ou a cólera. Homens e animais foram amarrados, acorrentados, calcetados, grilhetados, manietados etc. Das nascentes zoológicas é que vem o uso de “prender”, da canga às algemas. O número crescente de presos foi pretexto para murá-los e ainda emparedá-los, engradá-los, aferrolhá-los, sem prejuízo dos guardas e soldados armados como para a guerra. Cavernas, naturais ou não, subterrâneos, túmulos, fossas, torres, tudo servia para prender. Prendia-se para não deixar fugir ou para obrigar a trabalhar.

Depois, vieram as prisões para “salvar”, “regenerar”, “recuperar”, “corrigir”, “emendar”, “reformar” e outras mentiras. “Vou emendar-te”, ouvi, na infância, de pais e mestres de chicote em punho. O chamado sistema ou regime penitenciário, originário de religião, perdeu ou abandonou sua base: o pecador (o criminoso) aceitava e, às vezes, suplicava como graça, a penitência. A “reabilitação” vinha da adesão íntima ao sofrimento purificador. Mais do que anacronismo, prisão constitui, hoje, excrescência sem conteúdo. A penitência é, agora, imposta, aliás, inutilmente, ao sentenciado, quando cabe ao juiz e ao carcereiro, aos mandantes e cúmplices deste. Eis o reconhecimento de que, sem a penitência, a penitenciária é vício, é desespero. O sofronistério de Platão era “a casa em que os homens tomavam juízo”. Nas células, tomam loucura. O próprio Bentham prejudicou sua visão de precursor com a obsessão da vigilância. E o “sistema panóptico” interrompeu a evolução humanista. Crofton foi responsável pelo sistema progressivo que não podia progredir além dos esquemas carcerários.


Variaram apenas na “técnica” os castigos directos ou indirectos, no corpo e na alma. Tudo para confessar e purgar a culpa, arrepender-se e penitenciar-se numa célula. Com finalidade utilitária (proselitismo religioso, trabalho forçado, exploração sob várias formas), a prisão foi sendo ampliada entre muros cada vez mais altos e as segregações, desde o solitary system às progressões e formas mistas de vários tipos, ou a promiscuidade, mais ou menos permanente e completa. Aliás, ainda sob o solitary system, a crónica autenticou a história com a revelação das fraudes para a comunicação e o contacto.


Mais tarde, os presos foram soltos nos mais diversos espaços e sob os mais diferentes pretextos. A verdade é que não há, a bem dizer, sistemas ou regimes. Praticamente, influi mais a mudança de um chefe do que um novo Código. Surgiram até, para uma minoria de privilegiados do mal ou do bem, de um lado, prisões que receberam legendas infernais (e continuam a existir) e, de outro, prisões que se descaracterizam e se desnaturam, até as casas de “boa vida”.
Ferri considerou a prisão celular aberração do século XIX, quando é de todos os séculos, inclusive o actual. Voltaire referiu-se às fossas que os bárbaros chamam prisão. Subsiste a fossa-prisão, inclusive para menores. A maioria cumpre penas em lugares mais aberrantes do que as células.
Nenhum país conseguiu resolver, sequer, o problema primário das prisões preventivas ou provisórias, mesmo “especiais”. Estas são agora demoradas e extensivas, mesmo “especiais”. Condenam-se, desde logo, os indivíduos processados, protegidos pela presunção de inocência, muitas vezes reconhecida pela Justiça, a sofrer tratamento inqualificável. A regra é a masmorra. Não bastam gritos passionais, intermitentes e epidérmicos, ora negativos (vingança, alarma e outras excitações e incitações contra o criminoso), ora positivos (piedade e outras excitações a favor do criminoso).


A vanguarda evoluiu no espaço, do quarto (cela) para a sala, o pátio, o pavilhão, os arredores, a ilha, a colônia. O primeiro avanço fundamental foi à liberdade (a liberdade!) de nova vida noutro lugar. Não importa o nome (transportação, relegação, exílio, degredo, banimento, desterro, expulsão, etc). Quem aprofundar a reflexão há-de reconhecer o progresso sobre as penas de morte, castigos corporais, escravidão. A prisão terá sido adiantamento?
Em última análise, o que estão a fazer e a pensar actualmente? Apesar do unânime reconhecimento da nocividade das penas privativas de liberdade, curtas ou longas, contínuas ou não, determinadas ou não, tudo continua a girar em torno da prisão. No entanto, bastaria abrir, ao acaso, qualquer alfarrábio para encontrar a ciência adquirida há séculos. Vejam, por exemplo, o de Warree: “a pena é injusta se inútil” E se funesta? São insolúveis os problemas da prisão coma prisão. É o que todos sabem.
Privilégios para poucos, pois são poucos os ricos e poderosos presos, enquanto o maior número, até de processados, é animalizado ou explorado nas cadeias. “Penitenciárias maravilhosas” e monumentais, colónias virgilianas são excepções que culminam o contraste com os horrores vizinhos. São ilhas de graças num mar de desgraças. Mas, com outras desgraças – as do estímulo ao mal. Não há mais o que projectar. Os gabinetes estão cheios de planos. Não passam aos actos e fazem ouvidos de mercador – de mercador, sim – aos que têm ciência e, sobretudo, consciência.




quinta-feira, 8 de maio de 2008

Liberdade.



L I B E R D A D E

Pesquisa + reflexão feita pelo Prof. Joaquim, de Filosofia

Pesquisa


Em filosofia, "liberdade" designa, de uma maneira negativa, a ausência de submissão, de servidão e de determinação, isto é, ela qualifica a independência do Ser Humano. De maneira positiva, liberdade é a autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional. Isto é, ela qualifica e constitui a condição dos comportamentos humanos voluntários.

Para Jean-Paul Sartre, a liberdade é a condição ontológica do ser humano. O homem é, antes de tudo, livre. Livre a um ponto tal que pode ser considerado algo negativo, um elemento perturbador ao bem-estar psicológico do Homem. O Homem é nada antes de definir-se como algo, e é absolutamente livre para definir-se, engajar-se, encerrar-se, esgotar a si mesmo.


A liberdade humana revela-se na angústia. O homem angustia-se diante de sua condenação à liberdade. O homem só não é livre para não ser livre, está condenado a fazer escolhas e a responsabilidade de suas escolhas é tão opressiva, que surgem escapatórias através das atitudes e paradigmas de má-fé, onde o homem aliena-se de sua própria liberdade, mentindo para si mesmo através de condutas e ideologias que o isentem da responsabilidade sobre as próprias decisões. ‘O Homem está condenado a ser livre’.



Para Kant, ser livre é ser autônomo, isto é, dar a si mesmo as regras a serem seguidas racionalmente. Todos entendem, mas nenhum homem sabe explicar.



"Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda."



(Cecília Meireles, em Romanceira da Inconfidência )




Descartes viu a liberdade como espontaneidade. Uma causa espontânea é uma causa não motivada por algo exterior e sim uma própria decisão sua, apesar de depender de algo como, dinheiro ou bens materiais, sua decisão o torna livre.
(fonte: Wikipédia)



Reflexão do Prof. Joaquim a propósito da Privação de Liberdade nas Prisões.




A ideia de que o indivíduo perde a sua liberdade quando está preso, é errada, pois, se entendermos a Liberdade como Livre-arbítrio, as pessoas são livres, mesmo estando presas, pois continuam a ter liberdade de acção, liberdade de escolha. A força da decisão do Homem é mais forte que a força da decisão do Tribunal. Assim, mesmo estando sujeito a grandes condicionalismos físicos, espaciais, até psicológicos, o Homem continua a ter liberdade de escolha e acção, pelo que o facto de estar condicionado, e por mais condicionado que esteja, não significa que não seja livre.

Agir pressupõe liberdade, mesmo que essa acção esteja fisicamente condicionada.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Sleepers - Sentimento de Revolta.


Sleepers - Sentimento de Revolta - relata-nos a vida de quatro jovens (John, Michael, Shakes e Thomas) Nova Iorquinos, cuja imaginação e amizade não têm limites. Habituados às mais divertidas rebeldias, tudo lhes tinha sempre corrido bem, até que numa fatídica tarde de Verão a tragédia acontece, quando planeiam, inofensivamente e como era hábito entre os jovens, roubar um cachorro quente e fugir com o carrinho, acabando por ferir gravemente um transeunte, o que mudaria para sempre as suas vidas. Eles têm agora que enfrentar o dia a dia num "exemplar" centro de reabilitação juvenil - Reformatório de Wilkinson – onde foram condenados a cumprir pena e onde são humilhados de todas as formas possiveís, tendo inclusive sofrido abusos sexuais dos guardas. Quando voltam a encontrar-se, uns anos mais tarde, já em liberdade, cada um deles tem vidas muito diferentes. Michael tornou-se advogado, Shakes repórter, e os outros dois (Tommy e John) assassinos profissionais que, ao encontrar um dos guardas que abusara sexualmente deles, Nokes, o assassinam. O sentimento de vingança é algo que ainda os une, e, depois de sucessivas sessões no Tribunal não só para ilibar Tommy e John como também para incriminar o Reformatório Wilkinson e os respectivos guardas responsáveís pelos abusos sexuais, este drama acaba com o sucesso dos quatro jovens, dos quais Tommy e John acabam por morrer mais tarde.

Cláudia

O nosso grupo achou pertinente assistir a este filme e incluir algumas passagens do mesmo na Reportagem Final, por abordar assuntos relativos ao tema sobre o qual se debruça o nosso projecto, pelo que achámos positivo, após assistir ao mesmo, partilhar um pouco sobre o filme no nosso blogue.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Sentidos Para o Agir

Em pesquisas de grupo, encontrámos um livro que, apesar de ainda não termos um conhecimento literário do mesmo, achámos interessante divulgá-lo e já o adquirimos, inclusive, para o grupo, pois constitui uma ferramenta útil ao desenvolvimento do nosso projecto.

Sentidos Para o Agir, Sofia Cochofel Quintela, Celta Editora.

A compreensão e intervenção junto de jovens com problemas comportamentais/delinquenciais tem sido uma das preocupações da comunidade técnica e científica. A autora, Sofia Cochofel Quintela, como psicóloga e conhecedora desta problemática, sentiu a necessidade de procurar o sentido para o agir (delinquencial), adoptando uma visão dinâmica do psiquismo, numa altura em que, com a publicação e aplicação da Lei Tutelar Educativa, é repensada a intervenção do sistema de administração da justiça na área tutelar. A obra divide-se em duas partes: - A primeira - Sobre o Agir - na qual são sintetizados os diversos modelos de compreensão da delinquência e do agir subsequente, o meio e as condições que propiciam o eclodir deste tipo de comportamentos, terminando com uma sistematização diagnóstica relativa à psicopatologia das perturbações comportamentais; A segunda - Compreender o Agir - onde a autora apresenta a investigação efectuada através do estudo de alguns casos ilustrativos (histórias de vida de oito jovens), com o objectivo de compreender o funcionamento psicológico dos jovens com perturbações de comportamento e as regularidades desta população sem esquecer as singularidades individuais.

Pesquisa retirada de:

Cláudia e Catarina

terça-feira, 8 de abril de 2008

FIAR.

No passado dia 8 de Fevereiro de 2008, alguns elementos do grupo dirigiram-se até Linhó para visitar uma instituição de apoio a reclusos, cujo nome é FIAR - Fraternidade de Instituições de Apoio a Reclusos.

Quando chegaram foram recebidos pela Dr.ª Teresa Roque de Pinho, que coordena diversos projectos promovidos e divulgados pela instituição em questão.

Após uma longa conversa, os principais tópicos abordados foram relativos aos filhos dos reclusos. Deste modo, e como forma de ajudar estas crianças, o grupo disponibilizou-se para acompanhá-las num processo de inserção em campos de férias juvenis.

Gentilmente, a Dr.ª Teresa Roque de Pinho cedeu, ao grupo, a possibilidade de visita ao estabelecimento prisional feminino de Tires, que irá ser realizada dentro em breve.

Assim, esta visita à instituição FIAR contribuiu em larga escala para o desenvolvimento do nosso projecto, bem como para a montagem da reportagem final, já que nos foi permitida a gravação em vídeo da mesma.

Inês M.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Ponto de Situação e Perspectivas para o 3º Período

Neste início de período, o último, é importante fazer um balanço de como tem evoluído o projecto.

No último período (2º), o nosso grupo dedicou-se quase exclusivamente às visitas a diversas instituições com interesse para o nosso projecto, e gravação em vídeo das mesmas, nomeadamente os Salesianos de Manique, a FIAR, e o Centro Educativo de Bela Vista. Estas visitas correram bem e contribuiram em larga escala ao progresso do nosso projecto.

Quanto a este último período que agora se inicia, importa dizer que pretendemos continuar com a campanha de recolha de roupas a favor do Instituto Conde Agrolongo, embora com a devida relevância, sendo algo apenas complementar ao projecto central, pelo que é nosso objectivo focarmo-nos mais na realização do produto final (reportagem final), precedendo a todas as tarefas necessárias à mesma, tendo em conta a proximidade do final do ano e exiguidade temporal deste último período.

Assim, neste último período, o nosso grupo vai realizar a última visita a uma instituição – o Estabelecimento Prisional de Tires - , e se possível gravá-la, de modo a podermos incluir a gravação na nossa reportagem final. O nosso grupo já pediu, inclusive, à TVI uma cópia de uma reportagem que passou em Dezembro de 2007 cujo tema está relacionado com o nosso projecto – Reinserção Social -, pois, devido a problemas técnicos, não nos foi possível gravar a mesma. Gastaremos algumas aulas com filmagens do grupo e ainda de uma entrevista que faremos a um professor de Filosofia sobre o conceito 'Liberdade', de modo a enriquecer a Reportagem Final. Após tudo isto, pretendemos passar efectivamente à realização do produto final – a Grande Reportagem Final - , cuja apresentação pública vai ter lugar dia 21 de Maio, 4ª Feira.

Assim, esperamos ‘acabar em grande’ este projecto, com sucesso, tendo simultaneamente ajudado e feito a diferença na vida de alguém.
Cláudia

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

O Centro Educativo da Bela Vista

O Centro Educativo da Bela Vista é uma instituição da Segurança Social, que se destina a acolher jovens autores de delitos criminais. Anteriormente, este centro fora um colégio interno, cujo a função era abrigar tanto jovens que tinham cometido delitos criminais, como jovens vítimas de desprotecção familiar (que foram retirados às famílias devido a maus tratos e desestruturação familiar); porém, com a saída da Lei Tutelar Educativa dos Menores, em 2001 (para ver legislação sobre a mesma, ir aqui) - que veio trazer um novo regulamento, em que os jovens autores de delitos criminais íam para centros educativos e os jovens vítimas de desprotecção familiar íam para institutos próprios para o efeito - nasceu o Centro Educativo da Bela Vista (com esta designação), que se destina a acolher apenas jovens do sexo masculino, entre os 16 e os 17/18 anos (na maioria), que cometeram determinados delitos criminais (em casos extremos, pois a sanção de internamento num centro educativo é a medida mais drástica).

Este centro educativo (de regime interno) dispõe de um regulamento interno, onde consta, por exemplo, o tipo de regime aplicado aos jovens (aberto e semi-aberto), tal como a metedologia aplicada aos mesmos. Assim, com objectivo de orientar o jovem deliquente e ajudá-lo a construir um projecto de vida, este centro toma medidas, não só a nivel de controlo e restrição (os jovens são constantemente acompanhados e vigiados por um monitor), como também a nível pessoal e afectivo, através de um acompanhamento psicológico individual regular (psicoterapia); já a nivel de grupo, a relação entre os jovens pode revelar-se complicada, porém, estes jovens são incentivados a conviver uns com os outros de forma a realizar-se uma aprendizagem de vida em sociedade, pelo que partilham actividades lúdicas, que vão desde desporto, variados atelieres (actividades lúdico-pedagógicas), formação profissional, cumprindo, ainda, um programa de educação para a mundança – um programa de tomada de consciência e de reflexão para a mudança de atitude. Os jovens passam por diversas fases de tratamento (fase 1, fase 2 e fase 3, onde, progressivamente, o jovem vai ganhando alguma liberdade, embora sempre acompanhado), e a sua saída do centro depende muito da sua progressão, podendo este inclusivé estar dispensado do programa de reeducação antes dos 21 anos (idade limite de permamência no centro).

A metodologia aplicada nestes jovens tem dado resultados mais ou menos satisfatórios, sendo que alguns deles "recuperam", apesar da custosa privação de liberdade a que foram sujeitos, conseguindo reestruturar a sua vida, e construí-la de uma forma saudável; porém, ainda há muitos jovens que, infelizmente, não conseguem cumprir o seu percurso com sucesso, e, uma vez em liberdade, voltam à delinquência.
Cláudia

No dia 26 de Fevereiro, terça-feira, eu, a Cláudia, a Inês Martins e o Francisco fomos até ao Centro Educativo da Bela Vista.

Quando lá chegámos, o centro parecia uma prisão, com uns grandes portões e um guarda a vigiá-los. Entrámos, aguardámos na entrada e pouco depois, a Dr.ª Fernanda Vieira veio ter connosco. Apresentámo-nos e dirigimo-nos para uma pequena sala.

Já na sala, a Dr.ª pediu para falarmos um pouco do nosso trabalho de Área de Projecto, nomeadamente no que consistia, e o que nos tinha motivado a fazer um trabalho sobre reinserção social. Depois, foi a vez da Dr.ª se apresentar. Disse-nos que trabalha há 15 anos na área da reinserção social em prisões, tendo 10 anos de experiência na prisão de Tires e 5 anos na prisão do Linhó.

Antes de ser um centro educativo, aquela instituição funcionava como um colégio que acolhia jovens que sofriam de desprotecção social, isto é, não tinham uma família que os sustentasse e outros que tinham mas eram maltratados e ainda jovens que tinham cometido crimes, o que se traduzia numa grande “confusão”, visto que jovens com problemas distintos estavam juntos naquela instituição, que chegou a albergar cerca de 70 pessoas. Mas uma nova lei, a Lei Tutelar Educativa, saída em 2001, viria alterar esta situação. Assim sendo, os jovens criminosos iam para centros educativos em regime de internamento, deixando por isso de ter qualquer contacto com o exterior, tal como numa prisão, enquanto que os que sofriam de desprotecção social iam para colégios. Este colégio tornou-se então num centro educativo, acolhendo jovens do sexo masculino que tenham cometido crimes até aos 16 anos, visto que a partir desta idade, vão para a prisão.

Entre os 12 e os 16 anos, aquele que cometer um crime fica sujeito a uma medida tutelar educativa, estabelecida pelo tribunal e inspirada na lei penal, que se traduz num acompanhamento educativo, uma medida mais leve, tendo o jovem de frequentar obrigatoriamente as aulas ou cursos em que está inscrito, em programas de internamento que podem ir de um fim-de-semana até 4 semanas, onde os jovens fazem fichas de reflexão sobre os motivos que os levaram a cometer determinado crime e ainda um programa de actividades, nomeadamente, de limpeza dos quartos, casas de banho, etc.
A Dr.ª esclareceu-nos sobre os regimes aplicados aos jovens dependendo da gravidade do crime. São eles o regime aberto, onde os jovens podem sair do centro sozinhos, sempre com os horários controlados, podem sair ao fim-de-semana para estar com a família e têm férias até 15 dias seguidos. No regime semi-aberto, os jovens só podem sair acompanhados por um monitor, não saem ao fim-de-semana e também têm 15 dias de férias. No regime fechado, os jovens deitam-se mais cedo do que os restantes, não têm qualquer tipo de regalias e estão enclausurados. As únicas saídas são para o tribunal, o hospital e para o funeral de um familiar mais próximo.

Os quartos são individuais e têm portas blindadas que são trancadas à noite. Se eles precisarem de ir à casa de banho ou se sentirem mal tocam uma campainha que está ligada ao quarto dos monitores, que lhes vão abrir a porta. Se dois jovens se sentirem mal ao mesmo tempo, vai um de cada vez à casa de banho.

No seu dia-a-dia, estes jovens são confrontados com uma grande variedade de actividades que incluem aulas para o 2º e 3º ciclos, cursos de educação e formação técnico-profissional, fazem desporto nas aulas de educação física, têm uma piscina onde podem nadar, fazem actividades lúdico-pedagógicas como circo, capoeira, atelier de desenho e de jornalismo e frequentam unidades de formação profissional de curta duração como carpintaria e informática.

O acompanhamento psicológico destes jovens é feito pela Dr.ª Fernanda nas chamadas psicoterapias, que têm como base a psicanálise, em sessões de 40 minutos, onde os jovens têm a oportunidade de reflectir sobre a sua vida de forma espontânea, nunca obrigados.

Os jovens que tenham cometido crimes até aos 16 anos podem cumprir pena até aos 21 anos nesta instituição, visto que por vezes as penas se arrastam. A maior parte dos que estão neste centro cometeram crimes como furtos e roubos de vários tipos, nomeadamente de automóveis e faziam parte de grupos de associação criminosa, os gangs.

Cada centro educativo tem um regulamento próprio e diferente de centro para centro, o chamado regulamento interno, feito de acordo com a lei. Por exemplo, neste centro, é proíbido fumar. Se os jovens forem apanhados a fumar podem sofrer sanções disciplinares e ir a tribunal. Por medida de prevenção, também não é permitido o uso de piercings, que por vezes funcionam como moeda de troca para certos favores.

Quando os que estão em regime aberto ou semi-aberto vêm de fora, são revistados, de forma a evitar a entrada de drogas e armas no centro. As roupas dos jovens são postas nos respectivos cacifos, aos quais eles não têm acesso. Não são permitidas roupas de marcas, por isso os jovens usam roupas cedidas pelo centro.

A relação entre os jovens desta instituição, segundo a Dr.ª Fernanda é bastante complexa, por vezes complicada, e por vezes acaba em agressões. Na sua opinião, é muito importante haver uma relação de afectividade com os jovens, que serve também como elo de ligação entre eles e os seus superiores.

Os jovens só se movimentam em grupo, não lhes sendo permitido andar sozinhos.

Segundo a Dr.ª, os objectivos propostos pela instituição como a reinserção social completa, a nível familiar e profissional, têm sido conseguidos na maior parte dos casos, com sucesso. Muitos destes jovens, depois de saírem do centro, voltam para o visitar.

Depois da entrevista, a Dr.ª Fernanda mostrou-nos as instalações e disse-nos que aquele lugar era, antigamente, um mosteiro que acolhia crianças e jovens necessitados. Vimos ainda as portas trancadas, os grandes portões com arame farpado que rodeiam o centro e as janelas com grades nos quartos dos jovens, tudo vigiado por um outro guarda, daí as semelhanças com uma prisão.
Catarina

Nota: estes textos informativos foram feitos (pela Cláudia e pela Catarina), a propósito da visita que o nosso grupo de AP realizou, no âmbito do tema do projecto e com o fim de dar continuidade ao mesmo, quando, dia 26 de Fevereiro de 2008, se deslocou até ao Centro Educativo de Bela Vista com o fim de entrevistar a Dra. Fernanda Vieira, coordenadora do mesmo.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Campanha de Recolha de Roupas - Parte II


O novo cartaz referente à campanha de recolha de roupas a favor do Instituto Conde Agrolongo, já está finalizado e divulgado.

A Pastoral está "a abarrotar" de sacos cheios de roupa, as raparigas do Instituto têm-nas adorado, o feedback tem sido muito positivo! Participem!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A vida nas prisões

A prisão é sempre violenta. A questão está em saber se é legítima, como meio de defesa da sociedade. Por mais confortável que seja uma prisão, a privação de liberdade e a criação de uma comunidade administrada exclusivamente pela força, mesmo se ao abrigo da lei, são sempre uma forma de violência. Não me refiro, evidentemente, à prisão injusta, à prisão por excesso de poder arbitrário, à prisão dos inocentes, à prisão por motivo de pensamento e à prisão por razão da liberdade política. Essa é a prisão injusta, é duplamente violenta e traduz uma falha grave na decência de uma qualquer sociedade. Mas, mesmo justa, mesmo protegida pelo direito, prisão é prisão. É sempre a perda da liberdade, que muitos, poetas e políticos, classificam facilmente de bem mais valioso do homem.

Habituámo-nos a considerar a lei de Talião um costume menos civilizado. Não serei eu a dizer o contrário. Muitos, no Ocidente, não sei quantos, estimam a pena de morte como desumana. Partilho inteiramente esse ponto de vista. Em grande parte do mundo, os castigos físicos e corporais, considerados cruéis, estão lentamente a ser banidos, mesmo se em muitas escolas e famílias ainda podem ser frequentes, sob formas nem sempre benignas. Já a prisão, quando justa (porque a injusta é sempre condenável) é tida como reacção social razoável. A menos má. A mais humana. É estranho que a privação de liberdade seja considerada mais humana, por exemplo, do que o castigo físico. Percebo a diferença, mas o assunto não é pacífico. Sobretudo se o castigo não incluir a mutilação. Estou convencido de que o sofrimento moral e espiritual pode, em certas condições, ser superior à dor física. Não me admira que um preso aceitasse trocar de penas, se lhe fosse facultada a escolha da liberdade. A pena de prisão é geralmente aceite como retribuição, desde que justa. Mas é verdade que os modernos, os contemporâneos, se têm interrogado sobre as funções e os objectivos deste castigo. Primeiro, porque as prisões podem ser viveiros de crueldade praticada pelo sistema, de que tanto fazem parte os que têm poder e administram, como os guardas e os presos. Segundo, porque as prisões podem transformar-se numa espécie de condenação à morte, pela doença e pela droga, situação de que temos em Portugal, infelizmente, experiência conhecida. Terceiro, porque as prisões podem ser, e são-no com muita frequência, instituições que mantêm ou ampliam a propensão para o crime.

Ora, as concepções modernas de justiça e decência não querem que a pena seja simplesmente castigo e retribuição. Esperam que seja também meio de reabilitação. Por isso as chamadas políticas ou práticas de reinserção social estão no proscénio das preocupações actuais. E parece justo. Se a pena confirma o criminoso, se a pena estimula o crime, sobra o castigo como único objectivo e os resultados úteis, para a sociedade, são bem menores, se alguns. Evidentemente, ficar-nos-ão sempre as dúvidas: a prisão muda as pessoas? A prisão reabilita? A prisão ajuda à reinserção? A prisão é alguma coisa além do castigo? Tenho vontade, temos vontade de responder afirmativamente a todas estas perguntas. Mas, sinceramente, sabemos que a dúvida tem razão de ser.

Apesar disso, mau grado saber que as sociedades necessitam de dissuasão e de defesa, de protecção dos malvados e dos fantasmas próprios, a verdade é que honra a nossa humanidade o esforço que devemos fazer para que o castigo e a privação da liberdade tenham alguns efeitos salutares, não apenas o de castigar e o de exorcizar os nossos demónios. Tanto mais quanto a prisão cria um estigma muito particular. É a própria sociedade que, por medo ou preconceito, vê o ex-preso com uma marca indelével de que dificilmente se verá livre. O ex-preso que abandona o crime, que tudo faz para se reabilitar e recomeçar a vida, tem, como principal obstáculo, não a sua memória, não os seus escrúpulos, não os seus sentimentos daqueles a que eventualmente fez mal, mas o que os outros vêm nele, o fardo de ex-preso. Nesse sentido, as prisões continuam a exercer os seus efeitos muito para lá das suas paredes.

Sobre as prisões portuguesas, sobre a sua situação actual, seus problemas e suas necessidades, nada me compete dizer que não se saiba e que não esteja escrito, em vários estudos publicados, mas também, em felizes sínteses, nos textos que acompanham estas fotografias. Todos estão conscientes das dificuldades e das situações a que é necessário pôr cobro.

Pelo excesso de prisão preventiva, pela expansão da droga, pela taxa de suicídio e pelo alastramento da doença, as prisões e a justiça necessitam de atenção, reforma e esforço. Não apenas por eles, os presos. Mas por todos nós, cidadãos. O que se passa dentro das prisões não é um parêntesis da vida social. O que ali existe… somos nós também.

A humanidade nas prisões é a decência da sociedade no seu todo.
(...)
Excerto de um texto de António Barreto, sociólogo, cronista, crítico e coleccionador de Fotografia, sobre a vida nas prisões e a sua função de Reinserção Social.
Cláudia

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

IRS - Instituto de Reinserção Social

IRS Parte I


IRS Parte II

No âmbito do tema sobre o qual o nosso projecto se debruça - Reinserção Social - resolvi colocar no nosso blog um documentário (dividido em duas partes) sobre o Instituto de Reinserção Social.

Cláudia

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Visita aos Salesianos de Manique e entrevista ao Padre Luciano

No âmbito do tema fulcral do nosso projecto – a Reinserção Social – e com o objectivo de dar continuidade ao mesmo, o nosso grupo deslocou-se, no dia 15 de Janeiro por volta das 14h, aos Salesianos de Manique, a fim de entrevistar o Padre Luciano.

O nosso ‘interesse’ nesta visita era obter um maior contacto com a realidade da Reinserção Social, através de uma entrevista a alguém que já tivesse, anteriormente, trabalhado neste campo; neste caso, o Padre Luciano, colocado neste momento nos Salesianos de Manique, disponibilizou-se gentilmente para partilhar connosco um pouco da sua experiência nesse campo, cuja acção incidiu sobretudo sobre crianças e jovens retirados às famílias pelo Tribunal, quer por maus-tratos, quer por delinquência e inícios de criminalidade.

Na entrevista, incidimos especialmente sobre as instituições e casas onde já tinha estado, o que tinha feito mais especificamente, qual era o feedback dado pelos jovens dessas mesmas instituições, quais os casos/experiências que mais o marcaram, entre outros. Mostrámos, igualmente, interesse sem saber o que poderíamos fazer no âmbito da Reinserção Social para ajudar estes jovens, ao que o Padre Luciano apresentou várias hipóteses, sobre as quais nos iremos debruçar futuramente.

A entrevista foi inteiramente gravada (com a devida autorização do Padre Luciano), com o fim de constituir um elemento importante na montagem da nossa reportagem final.

Foi uma óptima experiência, que nos ajudou a contactar mais de perto, e cada vez melhor, com a realidade sobre a qual construímos este projecto.

Assim, agradecemos ao Padre Luciano e esperamos continuar com o mesmo sucesso com que chegámos até aqui!
Cláudia

sábado, 12 de janeiro de 2008

Ponto de Situação do Projecto


Após o início da campanha de recolha de roupas para respectiva doação ao Instituto Conde Agrolongo, integrada no âmbito da quadra Natalícia, resolvemos, no ano de 2008, dar continuidade ao projecto. Para isso, pretendemos dinamizar e divulgar mais a nossa iniciativa. Contactámos a Dra. Manuela Albuquerque, responsável pela Instituição, e recebemos um feedback positivo: as roupas anteriormente doadas chegaram ao destino pretendido, em bom estado, e as raparigas da instituição ‘adoraram as roupas’. Esperamos pela vossa contribuição, para continuar a ter SUCESSO, pois é sempre bom sentir que fazemos algo de positivo pelos outros!

Em relação à escolha da Instituição com a qual pretendemos colaborar num projecto de REINSERÇÃO SOCIAL, as circunstâncias não se têm demonstrado tão favoráveis como gostaríamos. O contacto com a Instituição FIAR não nos tem sido possível pelo que começámos a considerar outras hipóteses.

Sendo assim, após uma nova pesquisa, encontrámos outro tipo de Instituições consideráveis com as quais começámos a estabelecer contacto: os centros educativos (anteriormente também chamados ‘casas de correcção’).

No que toca aos novos contactos, estamos, neste momento, a elaborar um fax para enviar ao primeiro CENTRO EDUCATIVO a contactar: o Centro Educativo da Bela Vista.

No âmbito da REPORTAGEM FINAL, tomámos conhecimento da existência de uma instituição indispensável: o DGRS – Departamento Geral de Reinserção Social -, com o qual pretendemos estabelecer contacto e pedir colaboração (incluíndo uma possível entrevista sobre a realidade da Reinserção Social que se vive nos nossos dias em Portugal e as suas principais carências)

Outra instituição cujo contacto retirámos foi a Dianova, onde departamento de Reinserção Social se ocupa essencialmente de toxicodependentes. Embora não tenham sido os toxicodependentes o primórdio objectivo do nosso projecto, este contacto pode vir-nos a ser muito útil e estamos sempre abertos a conhecer novas realidades relacionadas com a Reinserção Social!

Relativamente à Comunidade Vida e Paz – uma das instituições sobre a qual nos informámos – temos também em consideração o facto de a virmos mais tarde a contactar. Para além do seu departamento de Reinserção Social que seria interessante conhecer, sabemos também que esta é uma instituição que tem vindo a colaborar com os Salesianos em vários aspectos e campanhas, o que é sempre um ponto a favor!

Por último – o Filipe – encarregue apresentar ao grupo reportagens, excertos, longas ou curtas-metragens, entre outros; que possam servir de modelo para a nossa reportagem, gravou em vídeo um documentário que aborda o grande tema do nosso trabalho! Assim como o documentário, iremos igualmente visualizar um filme – ‘Sleepers’ – que aborda a realidade de quatro adolescentes condenados a cumprir pena num Centro de Reabilitação Juvenil, onde são humilhados e maltratados, experiência que lhes deixa marcas para toda a sua vida. Considerámos muito pertinente dar-lhe a devida atenção para talvez mais tarde incluir excertos do mesmo na nossa reportagem!

Considerámos, então que, neste momento, o projecto está ‘a andar’ com bastante produtividade e esperamos continuar com o mesmo entusiasmo, criatividade e iniciativa com que chegámos até aqui!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

JÁ TEMOS CARTAZ PARA A CAMPANHA DA ROUPA!




(cartaz feito por Inês Cunha)
(clicar na imagem para melhor visualização)


O cartaz para a Campanha de angariação de roupa do Instituo Conde Agrolongo já está feito e será exposto por toda a escola para que seja uma iniciativa de enorme sucesso!


NÃO SE ESQUEÇAM DE PARTICIPAR, e contribuir para que haja mais sorrisos este Natal!

Ps. A campanha continua depois do Natal, até tempo indefinido.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Conversa com a Dra. Tânia, Psicóloga Clínica

No dia 29 de Novembro de 2007 recebemos, com muito gosto, na nossa aula de Área de Projecto, a Dra. Tânia Gomes, Psicóloga clínica, que gentilmente se disponibilizou para falar um pouco sobre a sua experiência profissional – sendo que Psicologia é um curso em que algumas pessoas da turma estão interessadas – e, sobretudo, de interesse para o nosso grupo em específico, sobre a sua experiência no campo da Reinserção Social.

Foi bastante interessante ouvi-la, principalmente aquando da partilha da sua experiência no campo da Reinserção Social que incidiu essencialmente sobre toxicodependentes em regime prisional. Sempre com um clima informal, pudemos contactar e sentir-nos mais próximos da realidade sobre a qual estamos a elaborar um projecto e perceber o quão intimamente relacionadas estão a Psicologia e o Serviço Social, neste caso, a Reinserção Social.

A Dra. Tânia deu-nos, ainda, alguns contactos, e esclareceu-nos sobre instituições, nomeadamente os CATs – Centros de Atendimento aos Toxicodependentes, a Direcção-Geral de Reinserção Social do Ministério da Justiça, o Programa Vida/Emprego (programa específico para os toxicodependentes em recuperação), o IEPF – Instituto de Emprego e Formação Profissional – e o RVCC – Reconhecimento, Validação, e Certificação de Competências.

Sendo que um dos fundamentos da Reinserção Social é a integração harmoniosa das PARTES num TODO, dando a cada incluso as ferramentas e competências necessárias à sua reintegração na sociedade, é cada vez mais necessário melhorar as lacunas das estruturas da Reinserção Social, dado que esta é profundamente necessária à integração de indivíduos numa sociedade que, infelizmente, ainda peca pela discriminação, não-aceitação e falta de apoio a quem realmente merece uma nova oportunidade.

Agradecemos à Dra. Tânia por se ter disponibilizado para partilhar connosco um pouco da sua experiência!
Cláudia

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Incentivo e sensibilização para o desafio proposto pelo Instituto Conde Agrolongo

No dia 27 de Novembro, 3ª Feira, o nosso grupo disponibilizou-se a dar conferências nos bons dias do 11º e 12º anos, sobre a iniciativa de recolha de roupas de rapariga proposta pelo Instituto Conde Agrolongo.

O grupo foi, em conjunto, aos bons dias, propôr aos alunos do colégio que participassem nesta iniciativa, doando algumas das suas roupas (em especial as raparigas, mas também os rapazes, para os que têm irmãs) à instituição.

Além de propôrmos esta iniciativa e a participação nela, ainda os incentivámos a dar continuidade a esta boa causa, sensibilizando-os para a realidade em que vivem as raparigas do instituto.

Aproveitamos, assim, para reforçar aqui esta ideia, e apelar mais uma vez à vossa sensibilidade e sentido de solidariedade, em especial nesta época Natalícia, época em que as raparigas mais sentem necessidade de se sentirem importantes, neste caso a nível material (roupas, algo de que sentem muita falta), pois elas não têm o que muitas de nós temos, no Natal, não têm família, não têm presentes.
Para os interessados, irão estar uns caixotes colocados no colégio Salesianos, OSJ, de Lisboa, para colocarem lá as vossas roupas.

Participem! Elas agradecem e nós também.
Cláudia

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Mas o que é afinal a REINSERÇÃO?

A Reinserção é um processo de integração que se inicia e desenvolve a par do processo de tratamento, promovendo desta forma a igualdade de oportunidades sócio-profissionais.

Para promover esta Reinserção, e fazer com que a sua acção seja realmente produtiva, é preciso tomar diversas medidas como forma de utilização de um método predefinido. Entre as quais identificar e caracterizar a diversidade de situações, sistematizar a intervenção, disponibilizar acções/ medidas adaptadas e uma avaliação contínua.

Mas por vezes esta acção não é assim tão simples, visto que nos deparamos com situações como o baixo nível de escolaridade, fracas qualificações profissionais, experiências profissionais precárias, ausência de famílias estruturadas e de redes de socialização e a ausência de rendimentos.

Em relação às áreas de actuação da Reinserção podemos referir o aspecto de alojamento, acompanhamento psicológico, orientação escolar e profissional e a integração profissional. (campos sobre os quais nos vamos debruçar com especial atenção)

É importante destacar que uma pessoa que se reabilitou passou por um complexo processo de alteração de comportamentos e atitudes, em termos pessoais, sócio-profissionais e de perspectivas de médio e longo prazo, fruto de um empenho terapêutico e emocional intenso, pelo não deve ser objecto de discriminação mas sim encarada como uma nova oportunidade para poder tornar-se uma cidadã de plenos direitos e deveres, assumindo ela própria a sua responsabilidade produtiva e construtiva e contribuição para o desenvolvimento do país.
Francisco

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Iniciativa Proposta (Instituto Conde Agrolongo)

Tal como se pode ler no texto anterior, o grupo deslocou-se ao instituto Conde Agrolongo, cujo objectivo era a iniciação do grupo no “mundo” das instituições e casas de reinserção social, de modo a que pudéssemos ficar com uma noção de como as coisas funcionam, isto é, dos problemas que enfrentam, dos objectivos a que se propõem, do conforto que fornecem, do estilo de vida que os jovens – neste caso específico, as raparigas – lá inseridos levam. Basicamente para termos noção do modo de AGIR, dessas mesmas “casas”.

Depois de uma conversa bastante esclarecedora com a Dra. Manuel Albuquerque, surgiu então uma (excelente) ideia, que o grupo vai fazer questão que não se fique pela teoria: a iniciativa que surgiu foi então a de ajudar a instituição facultando roupas de rapariga, que são muito necessárias, ainda para mais numa altura em que as raparigas tendem a “inundar” as responsáveis com pedidos de prendas que, curiosamente, se resumem essencialmente a roupa. (As raparigas têm idades compreendidas entre os 12 e os 21 anos).
Assim, e como estamos a aproximar-nos do Natal, época que não passa só por receber mas também por dar, pedimos a todos que participem nesta iniciativa, doando roupas que já não precisem, não usem ou não sirvam!

O nosso grupo disponibilizou-se para falar com as autoridades competentes no que toca a acções de solidariedade na escola, pelo que a campanha será realizada através da recolha das roupas femininas, que serão (com a ajuda de todos) colocadas no local da escola SALESIANOS DE LISBOA, OFICINAS DE S. JOSÉ, que as responsáveis considerarem pertinente. (actualizaremos informações o mais brevemente possível)

Esperamos que esta iniciativa possa seguir em frente e contamos com todo o vosso apoio no que for possível….! Lembrem-se, é por uma boa causa, as boas acções valem sempre a pena! E 'elas' agradecem!


Filipe

Visita ao Institiuto Conde de Agrolongo (Associação Resgate)



Data da Visita: 12 de Novembro de 2007


Localização: Rua do Possolo, nº 16. Lisboa


Com a dispobilidade da Dra. Manuela Albuquerque, responsável pela Instituição, visitámos as instalações em Lisboa, para uma breve reunião. Nesta visita, não contactámos directamente com nenhuma jovem protegida pela Associação.


Sendo uma casa de acolhimento de raparigas, que se encontram em situação de risco, é importante referir que estas se devem essencialmente a:

- Negligência por parte dos familiares;

- Maus-tratos;

- Disfuncionalidade familiar.


Nesta instiutuição é preservada a identidade e a normalidade na vida da jovem ao máximo. Assim, é uma prioridade que as raparigas tenham hábitos, em termos de vivência familiar e social, o mais normais possível, dentro, obviamente, das circunstâncias (saídas à noite são permitidas mediante o coportamento e empenho escolar, havendo assim uma preocupação e um acompanhamento constantes nos estudos das visadas; as jovens frequentam a escola Josefa d'Óbidos ou cursos profissionais, consoante as suas aptidões).


É importante sublinhar as prioridades da instituição:

- Perspectiva de um futuro melhor;

- Perspectiva de um encaminhamento profissional;

- Trabalho constante para uma tomada de autonomia das raparigas;

- Incutir regras de comportamento e de convivência social.


Actualmente, encontram-se 22 raparigas com idades que vão desde os 12/13 até aos 21 anos. Entre elas há um sentido de pertença e de companheirismo quando se deparam com dificuldades escolares, mas também se verificam algumas rivalidades.


Notas:

- é considerada pela própria instituição, uma certa lacuna no que diz respeito a um acopanhamento após a saída definitiva das raparigas da casa;

- Foi-nos proposta uma campanha de recolha de peças de roupa femininas no colégio ao 3º ciclo e Secundário para ajudar a instituição, à qual desejamos corresponder afirmativamente. (assunto que vamos tratar a seguir).
Luísa.

sábado, 17 de novembro de 2007

Agiste. Reagirás!

F+E = Discriminação
F+G = Perdão
D+F = Experiência
D+C = Progresso
B+G = Solidariedade
F+B = Segunda Oportunidade
A+B = Voluntariado
E+G = Reinserção
D+A = Esperança




Não podemos olhar as palavras como meras letras juntas que lidas emitem sons.
O mesmo acontece com as pessoas. Pois cada palavra tem o seu sentido, tem o seu significado, é própria. E com elas as pessoas.
Sozinhas não fazem sentido, as primeiras. Então encadeamo-las em frases. Se as fundirmos, se dermos sentido aos seus significados, às suas relações, podem ainda dar sentido a outros significados, a outros sentidos, de valor maior.

Pois se as pessoas se juntassem, se unissem, se ''fundissem'' como as palavras, talvez pudessem também criar algo maior, com mais valor, uma SOCIEDADE em que ninguém fique de lado, em que ninguém seja posto de parte, em que nenhum está acima de outro. (reparemos a palavra ''erro'', sendo um aspecto negativo, associada a outra, pode dar sentido à palavra ''Perdão'', valor tão alto e espectacular!)

Mas quantas vezes não nos esquecemos? Quantas vezes apontamos o dedo a quem errou? Não seria mais sensato apontar sim, mas um caminho, de mudança, de arrependimento, de REINSERÇÃO?

Quantas vezes não errámos, quantas vezes não precisámos de ajuda...
Atentemos aos que, apesar de um Passado difícil e de atitudes talvez completamente erradas, merecem um Futuro melhor e como tal, uma especialíssima atenção no Presente!

Eles AGIRAM. Que fazer? Ficar parado? NÃO!
Só assim eles REAGIRÃO. E desta vez, reagir para a Vida. Recomeçando.


Inês C.

Que queremos?


Queremos com este projecto mostrar uma esperança a pessoas que foram postas de lado da sociedade e PELA sociedade, e tentar de certa forma apontar-lhes um caminho de mudança, de recomeço.
Não pretendemos mudar o mundo e as mentalidades, mas sim aprender e fazer ver que erramos quando muitas vezes apontamos o dedo a pessoas que não agiram legitimamente mas que, ao contrário de nós, reconhecem o seu erro.
Agir. Mas REAGIR à vida. Ir à luta. Recomeçar. Sensibilizar.
Inês C.

Que fazemos?

Fazemos um plano de acção social no âmbito da Reinserção Social, visitamos Instituições, incidimos sobre uma instituição específica, estudamos saídas profissionais e planeamos medidas de incentivo a uma Reinserção Social de pessoas que, por diversas razões, foram afastadas da vida em sociedade.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Quem somos?

Somos um grupo da turma de Humanidades do 12ºano dos Salesianos de Lisboa - Oficinas de S. José - que, no âmbito da Área de Projecto, decidiu desenvolver um projecto sobre Reinserção Social, debruçando-se essencialmente no que diz respeito à Reinserção em termos profissionais.