terça-feira, 20 de maio de 2008

Estabelecimento Prisional de Tires.


No passado dia 19 de Maio de 2008, o grupo de AP Agir-Reagir deslocou-se até Tires, a fim de visitar o E.P. de Tires. O objectivo principal desta visita era dar a conhecer às reclusas o projecto de inserir os seus filhos em campos de férias de Verão, nomeadamente o campo Gambozinos, no âmbito da associação FIAR; mas a visita também foi uma boa experiência que nos permitiu conhecer e contactar mais de perto com a realidade sobre a qual trabalhámos durante todo o ano.

Primeiro, visitámos a creche do Estabelecimento, que se destina à ocupação dos filhos das reclusas até aos 3 anos e que, durante o dia, ficam nessa creche, e durante a noite e aos fins-de-semana ficam com as mães na ‘Casa Das Mães’.

De seguida, visitámos o Pavilhão 1 (Pavilhão das Preventivas, mulheres que aguardam julgamento), e reunimos com as mães do Pavilhão 1 e RAVI (Regime Aberto Virado para o Interior) interessadas em pôr os filhos nos campos de férias. Estas mulheres mostraram-se bastante receptivas e acessíveis (algo que surpreendeu o grupo), não só em relação ao projecto dos campos de férias, como também em relação a nós, pessoas vindas de fora.

Para terminar, visitámos a Casa das Mães, que pretende albergar as reclusas em Regime Aberto Virado para o Interior (RAVI) – onde podem ficar com os filhos durante a noite e aos fins-de-semana, têem quartos com janela e com camas para os filhos, e é-lhes concedida a confiança de ficarem com a chave do próprio quarto – e em Regime Aberto Virado para o Exterior (RAVE, o qual não visitámos) e os seus filhos, criando assim uma aproximação saudável mãe/filho(a), e criando um ambiente propício ao crescimento destas crianças, as “primeiras vítimas de um crime que não cometeram”.

O nosso grupo conseguiu aperceber-se, ainda mais, do quão importante é a Reinserção Social destas mulheres, e das oportunidades que estas têem neste Estabelecimento Prisional Feminino, um dos melhores de Portugal.

A sociedade não somos apenas nós, é também o que está lá dentro. E nós, como parte interessada da sociedade, deveríamos contribuir para dar mais oportunidades a estas pessoas, que erraram, como nós tantas vezes erraremos, em vez de as pormos de lado. E é isso a Reinserção Social.

Gostámos muito de vivenciar esta experiência, alargou o nosso horizonte de conhecimentos, foi útil à prossecução do nosso projecto; foi muito interessante o contacto que obtivemos com as pessoas, tanto com as reclusas como com as guardas e as educadoras de infância da creche.

Os nossos agradecimentos à Drª. Teresa Roque de Pinho (da associação FIAR), à Drª. Sílvia de Sousa Pinto (jurista e colaboradora da FIAR), à Drª. Ana Veríssimo (adjunta da Directora do E.P.), às funcionárias da creche, e às próprias reclusas, que nos orientaram nesta visita.



Cláudia.

1 comentário:

Anónimo disse...

gostei imenso de todo o projecto. primeiro por me identificar muito com o tema mas dpois por achar que foi muito bem desenvolvido..
;)
parabens*